Fundado e dirigido por Pedro Caldeira Cabral, o grupo La Batalla foi criado em 1984, inserindo-se então no projecto de animação cultural e reutilização funcional do Museu do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. O grupo têm-se dedicado desde o seu início exclusivamente à interpretação de música medieval de carácter secular, com especial destaque para o repertório dos trovadores e jograis galaico-portugueses.
Composto por músicos com formação e experiência em diversas áreas musicais, o grupo não pretende assumir o seu trabalho como uma “reconstituição histórica”, dada a escassez de informação musical específica sobre este período, preferindo antes reclamar uma acção de carácter ficcional sobre uma realidade apenas parcialmente conhecida. Utiliza com o rigor possível os elementos conhecidos dessa realidade — melodias, textos e instrumentos — não abdicando duma atitude criativa própria da sua condição de intérpretes do presente, dirigindo-se a auditórios seus contemporâneos.
O grupo La Batalla faz a síntese entre os conhecimentos da musicologia actual e a observação directa de dados fornecidos pelas práticas da tradição oral mediterrânica e utiliza réplicas de instrumentos medievais, na maior parte exemplares únicos, construidos especialmente para o grupo por Pedro Caldeira Cabral.
Os concertos do La Batalla são realizados sempre que possível em espaços visual e acusticamente adaptados ao repertório — castelos, claustros de mosteiros, igrejas e palácios — e incorporam elementos extra-musicais que contribuem para a criação de um ambiente festivo: elementos visuais (trajes), sonoros/simbólicos (tintinabula, cascavéis, matraca) e cénicos (procissão, dança).
O grupo tem exercido desde a sua fundação uma actividade intensa e regular, tendo actuado em todo país (continente e ilhas). Das centenas de concertos efectuados, são de destacar os integrados em comemorações oficiais de acontecimentos marcantes da história do nosso país (batalha de Aljubarrota, cartas de foral de vilas e cidades, etc.). Integrou também a realização de Festas Medievais no Festival Internacional de Música do Estoril, na Batalha, em Évora, castelos da Feira, Monsaraz e Melgaço, com a colaboração de grupos de teatro, bailarinos e saltimbancos.
Gravou os discos Cantigas d’Amigo (também em versão CD, para EMI/VC (1984/1993), Muyto me tarda o meu Amigo na Guarda, CMG 2000 e Speculum Mirabilium, Primetime, 2004 e gravou programas para a Radiodifusão Portuguesa, Rádio Nacional de Espanha e Rádio France Musique. Tem também aparecido regularmente na Radiotelevisão Portuguesa.

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